quinta-feira, 9 de abril de 2009

Rolling Stone 02/04/2009 (Tradução!)

Em sua mais recente apresentação solo, no festival South by Southwest desse ano, em Austin, Tori Amos apresentou músicas inéditas de seu décimo disco de estúdio, Abnormally Attracted to Sin, com previsão de lançamento para 19 de maio. É seu primeiro disco depois de American Doll Posse (2007). O álbum traz a cantora e pianista explorando território já familiar: o poder em todos os aspectos, seja ele sexual, monetário ou político. “Antes, costumávamos pensar que ter poder era ter um trabalho e dinheiro”, comenta. “E se essa for nossa definição de sucesso, então pouquíssimos o têm – a parte do dinheiro, ao menos. Então tenho pensado sobre uma redefinição, porque o poder é também um afrodisíaco”.

Sobre o trabalho, mais uma vez realizado com seu marido (o engenheiro de som Mark Hawley), Tori afirma que a produção do disco é estratégica. “O som é um instrumento”, ela explica. “Não é apenas “vamos tocar””. E o elemento visual também é parte integrante: o álbum virá acompanhado por uma série de 16 “visualettes”, curtas dirigidos por Christian Lamb. As filmagens foram realizadas durante a turnê de American Doll Posse, e inspiraram faixas que se tornariam Abnormally Attracted to Sin.

“Eu via montagens de nossas vidas na estrada, e então desligava a música, porque a música não representava a trilha sonora do que eu estava vendo”. Já no final da turnê ela começou a escrever as músicas, pois sabia que os filmes de Lamb “precisavam de outra história. Então concluí que queria dar às pessoas algo que falasse sobre minhas percepções favoritas: se está alto demais, coloque mais alto. Quero trazer às pessoas mundos criativos para que elas caminhem, e então sobrecarreguem seus sentidos. Você dá tesouros às pessoas, e não “como posso cortar custos?””. Embora o projeto tenha custado dinheiro de seu próprio bolso, ele foi importante para Tori, pois “as pessoas estão lançando coisas horríveis – e não acho que música seja descartável”.

Sua própria música se mantém poderosa, sobretudo para os fanáticos que lotam seus shows esperando por clássicos antigos. “Sou uma pessoa diferente agora. As músicas, as faces, as experiências de vida ou fantasias que você atribui a certas canções para tocá-las e permitir que elas vivam em você, mudam. E por isso, se eu tocar Winter ou Silent all These Years agora, eu me surpreendo com as histórias e as fotografias que aparecem em minha mente. E isso faz com que eu ainda as toque, porque não as vejo como meu passado - as músicas são atemporais para mim. Apenas minha percepção é que vai mudar”.

A novo álbum de Tori será o primeiro a sair pela Universal Music. Ela chegou à gravadora após “esbarrar” com um representante da gravadora no meio de um almoço com outra representante, de uma distribuidora menor. A representante passou por sua mesa, cumprimentou e recebeu um telefonema do “chefe do meu chefe”: Doug Morris, o presidente e diretor executivo da Universal Music Group. Enquanto terminava seu almoço, Tori percebeu que a mulher ainda estava do lado de fora do restaurante falava ao telefone. “E nesse momento, minha vida brilhou diante de meus olhos” diz. “Eu pensei: Doug Morris. Ele está aqui e não nos falamos há 14 anos. Tenho saudade de Doug Morris. Nem sempre concordávamos, mas de qualquer forma ele ama a música”.

“Vesti todas as maneiras que mamãe me ensinou sobre ser boa e correta, abordei essa mulher, que eu mal conhecia, interrompi sua ligação e disse “Envie meu amor a Doug!” e ela olhou para mim e disse “agora?” e eu repliquei “agora seria perfeito.””

Tradução: Maurício Tamboni

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